segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O Magriço

Não vou falar do Magriço, português do século XIV, esta história é de um outro muito menos famoso.

O Magriço de que vou falar era uma figura muito conhecida em sua cidadezinha do interior de Minas, todos os dias passava correndo pra lá e pra cá, trabalhava como uma espécie de garoto de recados e fazia pequenos bicos, provavelmente não deve ter tido instrução alguma e tinha sérios problemas em sua fala, não sei se de causa genética ou adquirida. Apesar de tudo nunca ouvi absolutamente ninguém reclamar dele, nem de sua pessoa nem de seus serviços, pelo contrário, era sempre muito elogiado por sua discrição e profissionalismo. Mas o fato é que o Magriço era incansável, corria o dia inteiro atrás de seus afazeres e sempre estava precariamente vestido, chinelo de dedo gasto, bermudas e camisetas furadas e/ou rasgadas não importasse o frio.

A figura do Magriço impressionava muito Mário, que em suas brincadeiras de criança depois das aulas sempre o via passar correndo. Um dia resolvido a descobrir de onde vinha uma criatura que lhe era tão estranha, Mário pega uma bicicleta e o segue até sua casa, na verdade um barracão de pau-a-pique, afastado da cidade e onde moravam ele e seus velhos pais já cansados da lida no campo. Mário ficou extremamente impressionado, quase que chocado com aquelas pessoas vivendo em tais condições.

No outro dia Mário resolve ir ajudar aquela família, junta algumas roupas que não seriam mais usadas, prepara um lanche e parte cheio de boas intenções para ajudar o próximo. Ao contrário do que imaginava sua jovem cabecinha, Mário não foi bem recebido! Pelo contrário! O pai, a mãe e o Magriço ficaram muitíssimo ofendidos com os presentes trazidos por Mário, ofenderam-no com palavras que não vêem ao caso e o mandaram de volta.

Naquela época, como era muito jovem, Mário não entendeu o porque da raiva daquela família. Achou burrice e que eles estavam naquelas condições por merecerem. Mas hoje, ao pensar melhor sobre assunto já se pode imaginar o porque daquela atitude: Orgulho! A única coisa que aquelas pessoas possuíam de verdade era o Orgulho de serem honestas, trabalhadoras e não precisarem de "esmola". Por mais simples que fosse a vida que levavam.

E quem pode dizer que elas estavam erradas? Quem tem o direito de tirar isso delas?

Cotidiano

Mário tem uma ex-namorada e era muito bem visto por ela e pelas amigas como um rapaz de boa índole, honesto, trabalhador e de caráter irretocável. Tempos antes do término do relacionamento, andando por uma rua movimentada uma moça daquelas "de parar o trânsito" cruza o caminho de Mário e ele como bom representante do seu gênero torce o pescoço para apreciar melhor aquela obra-prima da natureza. Se f*deu! Quem vinha andando meia dúzia de passos atrás eram justamente as amigas da namorada, que o cumprimentaram com risadinhas e ele, com as faces rubras de quem cometeu um delito e foi pego em flagrante não conseguiu ao menos balbuciar uma simples palavra. Já era a fama de bom moço!!

domingo, 30 de agosto de 2009

Significado

Chama-se bugalho a uma excrescência de forma arredondada que se forma em algumas espécies de ávores do gênero Quercus (carvalhos, sobreiros e azinheiras) na sequência do depósito em um dos seus ramos, de um ovo de vespa. A vespa desenvolve-se e alimenta-se no interior do bugalho, onde passará por todas as fases das suas metamorfoses: larva, ninfa e inseto adulto.

Em Portugal era frequente que as crianças utilizassem bugalhos como berlindes (bolinha-de-gude).

Adaptado da Wikipedia.

Procedência

Mário Bugalho nasceu em uma família de costumes tradicionais mas desprovida de valores monetários. Sua primeira grande lição veio muito cedo, quando o pai disse "Pula que eu te pego" e o deixou se esburrachar no chão como um saco de batatas. No meio do choro conseguiu escutar as sábias palavras que o acompanhariam pelo resto da vida: "Não confie em ninguém, nem no seu pai."